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O GRANDE ROUBO DO TREM


(EUA) Nova Jersey

Direção Edwin S. Porter

Lançado em 1º de Dezembro de 1903

O filme é considerado o primeiro Western, segundo o livro “O cinema e a produção”, porém, dando um pulo na wikipedia, podemos encontrar outro filme, “Kit Carson”, datado de setembro do mesmo ano, mas, já que não encontramos registro do filme e como wikipedia é wikipedia, vamos deixar como primeiro filme de faroeste.

Composto por 13 cenas, 14 cortes e 14 planos, marcou o início do cinema moderno, sendo o passo inicial em direção a uma nova identidade no então recente terreno do cinema.

Baseado no bem-sucedido espetáculo da Broadway de Scott Marble, de 1896 e inspirado no assalto real de um trem da Union Pacific pelo bando conhecido como “Hole in the Wall” (Buraco na parede) em 29 de agosto de 1900. O filme conta a história de um grupo de ladrões que tomam o controle de um trem para roubar os passageiros. O que torna o filme tão importante, além das técnicas utilizadas, é a forma cativante como o roteiro foi estruturado, o que fisgou totalmente o público da época.

CLICHÊS DE UM GÊNERO

O grande roubo do trem apresenta todos os recursos de linguagem que definiram o gênero Faroeste: como os tiros que forçam uma pessoa a dançar, as perseguições a cavalo e o tiroteio final.

INOVAÇÕES

Tomadas em locações

-Filmagem em floresta real: Cenas 7, 8, 11 e 12

-Trilhos com trem real: Cenas 4, 5, 6 e 7

-Bar: Cena 10

Movimentos de câmera

- Câmera se move e acompanha personagens: Cena 7

- Câmera é usada como meio de revelação de objeto (Cavalos) durante cena 8

Uma cena/dois planos

Cena 4

3:40min – Ladrões param o trem, 1ª câmera em cima – 2ª câmera no chão mostrando a cena prosseguindo.

São nesses detalhes, assim como os movimentos de câmera, que o cinema começa a se distanciar do “Teatro filmado” e passa a criar uma linguagem própria.

Dublê Boneco

Cena 4 em que o ladrão soca um dos maquinistas para tomar controle do trem, o joga no chão [corte] [substituição por boneco] e é jogado para fora do trem.

Quebra da 4ª parede

A cena final do filme foi extremamente marcante na época e é lembrada até hoje por ter quebrado a quarta parede mostrando um dos bandidos num fundo preto atirando contra a câmera. Assim como o trem dos irmãos Lumiére, o público se assustou com os tiros em sua direção.

Montagem paralela x Montagem alternada

Aos 7:10min, a cena 8 mostra os bandidos fugindo, enquanto as cenas 9 e 10 mostram o balconista acordando e avisando um grupo de cowboys sobre os ladrões, a cena seguinte então já mostra a perseguição entre os dois grupos.

Isso se chama “Montagem paralela”, que seria a alternância entre duas situações diferentes que ocorrem ao mesmo tempo, mostrando que enquanto os ladrões fogem, o balconista está acordando e chamando por ajuda.

Porém, pesquisando mais a fundo, descobrimos uma discordância entre estudiosos de cinema. Em um dos livros que usamos como base, “Tudo sobre cinema”, é usado o termo “montagem paralela”, alguns concordam, outros discordam, afirmando que “paralela” não tem nada a ver com o tempo, mas com o significado. Encontramos um post bem bacana sobre o assunto

Em suma, Fábio Luis, quem escreveu o post, baseado em opiniões de terceiros chega à seguinte conclusão, separando montagem paralela e montagem alternada:

Montagem alternada: Cenas que alternam entre si e possuem uma relação temporal, acontecem ao mesmo tempo.

O exemplo a seguir usa esse estilo de montagem para gerar tensão no espectador.

“Onde os fracos não têm vez”

Montagem paralela: Cenas que podem ou não ter relação temporal, mas que têm, principalmente, uma relação de significado entre elas, gerando contraste.

A cena a seguir que mostra o rebanho [corte] alunos na escola. Fazendo uma comparação entre alunos e vacas de um rebanho.

“It, A Coisa”

CURIOSIDADES

BIBLIOGRAFIA:

COUSINS, Mark. The story of film. Pavilion, 2006.

RODRIGUES, Chris. O cinema e a produção. FAPERJ, 2002.

KEMP, Philip. Tudo sobre cinema. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

ROCKENBACH, Fábio Luis. Paralelismo vs Alternância. 2016. Acessado em https://revistamoviement.net/paralelismo-vs-altern%C3%A2ncia-c65a3c089a6e último acesso em 30/11/2017

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