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O TEATRO PRIMITIVO


Se você abriu esse artigo pela curiosidade do título, tenho quase certeza de que você deve ter ouvido ou lido por aí que o teatro nasceu na Grécia ou que o teatro brasileiro nasceu com a chegada dos jesuítas...

Amigo e amiga, por favor, esqueça essa informação e fique aqui uns minutinhos, porque o teatro é muito mais antigo que imaginamos.

Vamos mergulhar nessa poça do "Teatro Primitivo"


Se pensarmos no teatro em seu raio de ação, como a transformação da pessoa, do ator em uma outra pessoa com suas expressões e formas arquetípicas, percebemos que o teatro é tão velho quanto a humanidade .

Existem formas primitivas desde os primórdios do homem e isso inclui desde a pantomima de caça dos povos da idade do gelo até as categorias dramáticas diferenciadas dos tempos modernos .


Ariano Suassuna, numa palestra que deixaremos nos links abaixo, brinca dizendo: Na Grécia, até onde sei, nasceu o teatro grego... Assim como o Japonês no japão e o chinês na china...

Sendo assim, cada povo, cada cultura tem suas origens, que é aumentada conforme entram em contato com outras culturas.

Outra coisa é dizer que o teatro como nós conhecemos hoje é proveniente da Grécia.


Podemos aprender sobre o teatro primitivo, pesquisando três fontes:


PRIMEIRO: as tribos aborígines, que têm pouco contato com o resto do mundo e cujo estilo de vida e pantomimas mágicas devem portanto ser próximos daquilo que nós presumimos ser o estágio primordial da humanidade

O teatro dos povos primitivos baseia-se nos instintos primários do homem, da descoberta e sobrevivência; Retiram deste meio os misteriosos poderes de magia, conjuração, metamorfose...

Aparecem os encantamentos de caça dos nômades da Idade da Pedra; as danças de fertilidade e colheita dos primeiros lavradores dos campos, os ritos de iniciação, os cultos divinos...

A forma de arte começa com a epifania do deus e, em termos mais claros, com o esforço humano para alcançar o favorecimento e a ajuda do deus.

Ou seja: os homens personificavam os poderes dos astros como sol e lua, do vento, do mar, etc. e os faziam brigar entre si, e, assim os rituais se tornavam uma forma de agradar a este deuses para que lhes fossem favoráveis. Vemos isso, por exemplo, nas sagradas escrituras da bíblia, onde personifica-se os poderes da chuva e dilúvio em uma remissão dos pecadores.


SEGUNDO: as pinturas das cavernas pré-históricas e entalhes, em rochas e ossos

O teatro primitivo utilizava acessórios exteriores, exatamente como o teatro de hoje ainda o faz. Máscaras e figurinos, acessórios de contra-regragern, cenários e orquestras eram comuns, embora na mais simples forma concebível. Querem um exemplo? Os caçadores da Idade do Gelo que se reuniam na caverna de Montespan em torno de uma figura estática de um urso estavam eles próprios mascarados

como ursos. Em um ritual alegórico-mágico, matavam a imagem do urso para assegurar o sucesso na caçada.



TERCEIRO: a inesgotável riqueza de danças mímicas e costumes populares que sobreviveram pelo mundo afora.

Da mesma forma, as nove mulheres da pintura rupestre paleolítica de Cogul dançam em torno da figura de um homem; ou o povo de Israel dançava em torno de bezerro de ouro; ou os índios mexicanos faziam sacrifícios, jogos e dançavam, invocando seus deuses....

Assim, também, vestígios do teatro primitivo sobrevivem nos costumes populares, na dança em volta do mastro de maio ou da fogueira de São João. Ainda nos lembramos das das danças do templo de Dioniso aos pés da Acrópole, e é com essas referências que nasce o teatro ocidental...



No Brasil, a nossa influência teatral vem da fusão do teatro indígena, os povos que aqui moravam, com toda sua cultura primitiva com o teatro negro e o teatro ibérico.

Desmentimos assim aquela afirmação de que o teatro nasceu com a chegada dos portugueses. Não, eles são uma parte que ajudou a ser o que somos hoje.

Dessa forma percebemos que nossa cultura é muito maior do que apenas aquilo que recebemos com a chegada dos portugueses.


Por isso é muito importante conhecer e fortalecer a nossa cultura, amar o que é nosso, porque quando temos certeza do que temos, tudo o que vem de fora não vai substituir, mas acrescentar.


Como vocês já sabem, isso é apenas uma poça de conhecimento. Nosso mergulho é muito mais profundo e por isso deixamos os links abaixo para sua melhor pesquisa e até o próximo mergulho.



BIBLIOGRAFIA

http://montespan.net/histoire.php

História mundial do Teatro - Margot Berthold

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